Netanyahu: Blindagem do governo em inquérito das falhas do 7/10

Israel se aproxima do momento de uma investigação profunda sobre as falhas de segurança que precederam o ataque devastador do Hamas em 7 de outubro de 2023. O massacre, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas em território israelense, expôs severas vulnerabilidades nos sistemas de defesa e inteligência do país. Inicialmente, a instauração de uma comissão para apurar essas deficiências foi significativamente protelada, em meio à eclosão do conflito.

A demora na formação de um inquérito formal foi, em grande parte, justificada pela continuidade das operações militares na Faixa de Gaza, que serviu como argumento para postergar discussões políticas internas sensíveis. No entanto, com a evolução do cenário bélico e o aumento da pressão por responsabilização, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parece agora mais disposto a permitir o avanço do processo investigativo.

Contudo, observa-se uma movimentação estratégica por parte do chefe de governo para influenciar a constituição e o formato dessa apuração. Há indícios de que Netanyahu estaria articulando um modelo que lhe permitiria exercer algum grau de supervisão sobre os trabalhos da comissão. Tal iniciativa levanta questionamentos sobre a potencial independência e imparcialidade do processo, sendo interpretada por analistas como uma tentativa de moldar a narrativa e mitigar as implicações políticas dos eventos catastróficos de outubro.