Câncer forjado: a estratégia de Silvinei na fuga paraguaia

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi detido no aeroporto internacional de Assunção, no Paraguai, enquanto se preparava para embarcar em um voo com destino a El Salvador. Sua prisão ocorreu em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça brasileira, colocando o ex-dirigente sob custódia das autoridades paraguaias antes de uma provável extradição para o Brasil, onde é alvo de investigações.

Durante a abordagem pelas autoridades aeroportuárias paraguaias, Vasques teria apresentado um documento de teor peculiar. Intitulado "Declaração Pessoal para Autoridades Aeroportuárias", o texto continha alegações de uma grave condição de saúde: um câncer na cabeça. No mesmo documento, o ex-diretor afirmava que, em virtude da enfermidade, estaria impossibilitado de falar e de ouvir.

A apresentação dessa declaração, com a justificativa de uma incapacidade de comunicação, ocorreu no exato momento de sua detenção e da tentativa de deixar o país, em um período em que um mandado de prisão preventiva já havia sido expedido contra ele no Brasil. A circunstância levanta questionamentos sobre a finalidade do documento em tal contexto, dado que a medida judicial visa assegurar a participação do investigado nos trâmites legais e, potencialmente, em depoimentos.